07 janeiro 2012

7 de fevereiro

Há uma hora atrás ouvi tocar e, agora num tempo tão certo, num percurso tão exato, num tempo milimétrico, ouço tocar de novo. Desperto-me. Pergunto-me o que fazer, Se olhar para as paredes vendo os teus quadros. Se apenas olhar para a fotografia daquele dia tão singelo, de há trinta e um anos atrás e que tu ali puseste. Ontem. Não vou esquecer ontem, embora não interesse que fixe o dia, mas apenas que é o dia em que começas um dormir sonolento, que eu sei sossegado, num afugentar da dor, que se adormece de três em três dias. E eu regresso àquele dia em que me beijas envergonhadamente, procurando a beleza das palavras, fugindo do lado mórbido para que me empurro. Antes quero sorrir contigo naquele abraço, naquele beijo, percebendo, passado todo este tempo, o sentido dali teres posto a foto daquele dia. Nem sequer já