05 fevereiro 2012

Falar

Às vezes é preciso falar, falar para não deixar entrar o silêncio. Falar calmamente, deixando o ar seguir o seu destino, vagarosamente, como neve que cai ao sabor do frio. Nada é mais relevante que a palavra gritada à revelia do momento, num contra movimento, onde o tempo actua como onda perdida e multiplicada pelo mar. Falo enquanto escrevo, enquanto durmo, enquanto penso, falo só ou acompanhado, falo aos céus e ás formigas, falo porque enquanto falo, vivo, para o silêncio não encher o vazio, por isso, faço-me assim de espaço, cheio de palavras, como nuvem, cheia de chuva.