Não me revolto. Não me queixo. Não me vitimizo. Apenas tenho que seguir em frente. Agarrar as coisas tal como elas nos acontecem. E quando as coisas acontecem de forma vertiginosa e irreversível o conformismo é apenas aparente. Ou parece ser. Pois não me conformo em me conformar. Focalizo energias. Racionalizo emoções. Sigo um objetivo. De uma forma simples. Tão simples. Corajosa, por isso. Acho eu. O contrário é deixar que a derrota tome conta de nós. É perder a dignidade. A doença nunca será mais forte. Mesmo que nos derrote.
Tu dormes e eu trabalho. Aqui. Sempre junto. Ao teu lado. Na cama. Dou-te o calor. Do frio que eu não tenho. Do frio que tu sentes, sempre.
A maré está meio vazia, ou meio cheia, não sei. Os cabeços de areia espreguiçam-se ao sol. Um sol frio na rua mas quente do lado de dentro do janelão fechado com vistas desde a curva dos arrozais até à foz do meu Mondego).
E abafo-te as dores. Estou onde tiver que estar. Sorte a minha, afinal, ter-te sempre junto a mim. Vais estar sempre junto a mim, onde queres que estejas. Dorme. Eu tomo conta de Ti.