24 fevereiro 2012

Uma simples mas capital pergunta

Ai o défice na Saúde, ai o défice na Educação, ai o défice na Previdência!

Quando a receita arrecadada pelo Estado e retirada do esforço dos contribuintes não serve para suportar um défice - que é desejável e existe pela natureza das coisas e do próprio Estado - com a Justiça, a Educação, a Saúde e a Previdência, então
para que serve o Estado?

Desgraçadamente, há hoje uma resposta:
Teremos, encapotada no que se chama de Estado, uma máquina burocrática com o único objectivo e resultado de defender a eficiência dos ganhos dos poderosos, à custa da agressão sistemática e cega dos pobres e da classe média.

A solidariedade que fez da Europa o farol do mundo

(. . .)
Como salientava recentemente um criterioso estudo do grupo de reflexão "Notre Europe", com sede em Paris, a solidariedade tem duas variantes. Existe o acordo de transação simples – a apólice de seguro comum contra a possibilidade desta ou daquela catástrofe – e existe o interesse próprio esclarecido que leva os governos a reconhecer objetivos nacionais numa estratégia de integração partilhada e sustentada.
A União Europeia foi construída com base no último. Há mais ou menos 60 anos, era relativamente fácil. Os horrores de duas guerras mundiais, a ameaça comum representada pela União Soviética e o estímulo representado pelos EUA conferiam uma lógica irresistível àquilo que os fundadores chamavam o processo de construção europeia.

A cor da sede

Como será a cor da sede
Quando no cárcere a gota
se derrama e escorrega
Nos sulcos do baço ladrilho
Onde apenas ressalta o brilho?

Como será a cor da voz
Quando as sílabas saltam
duma língua trepidante
E os lábios soltam palavras
À míngua dum sorriso delirante?

[VER POEMA COMPLETO]

A fuga e a circulação de cérebros

(. . .)
Os nossos emigrantes não têm razões para voltar se o modelo económico se mantiver tal qual, a não ser o sol e o mar que exercem um poderoso chamamento. Com a circulação o país de origem ganha muito com isso, com a fuga só perde. Ora em Portugal esses cérebros estudaram à custa do país e depois vão enriquecer os países mais ricos que nós.
Isto é, o modelo económico seguido em Portugal não só nos mantém na retaguarda do desenvolvimento e da pobreza como não dá lugar ao que mais importante temos. O capital humano!

Não são de burro, mas também não chegam ao céu

Dizem os actuais (des)governantes que não só cumprem tudo o que a "troika" manda como até vão mais além, mas o certo é que não resolvem os problemas do país, antes os agravam.
Como diz Paul Krugman, na crónica parcialmente reproduzida aqui, o país está a ser sacrificado em nome de teorias que, está a ver-se, só contribuem para degradar a situação económica e social do país.
Quem o diz é a União Europeia que prevê, para este ano, uma quebra na economia portuguesa da ordem dos 3,3%, superior às últimas previsões do governo (-3%) e do Banco de Portugal (-3,1%) e que, a nível europeu, apenas é suplantada pela pela Grécia (-4,4%).
Ah!, mas contra todas as evidências, o ministro Gaspar mantém a crença de que a austeridade vai permitir a Portugal recuperar "gradualmente"a confiança e a credibilidade.
(. . .)

A culpa continua a ser só do Sócrates, que este Governo ainda só está há 8 meses em "funções"

Turismo espanhol no Algarve cai 40%! Por causa das portagens? Por causa de obrigarem os espanhóis a fazer fila em frente a uma maquineta para tirarem um ticket que lhes permite circular em Portugal? Não!, é o super-homem!

Emigrai e multiplicai-vos

"Os diplomatas portugueses "não prestam para nada"[...]
[...] o Presidente da República e o ministro dos Negócios Estrangeiros, «a única coisa que vêm cá [aos Estados Unidos] fazer é gastar dinheiro e passear"
O Ministro dos Negócios Estrangeiros engrossou a voz e declarou, impotente, que o impacto não é significativo "150 [vistos] apenas deixam de ser feitos".

Um lóbi SOS contra os lóbis financeiros terroristas

Um lóbi que funciona ao contrário, faz pressão contra os lóbis financeiros que manipulam os parlamentos nacionais e europeus! A Associação de lóbis já veio queixar-se que andam a vigiar os lóbis "legais" que trabalham junto das instituições europeias. Recusam aceitar que fazem pressão sobre os parlamentares, o seu trabalho dizem, é vender a "marca" dos clientes ( que são países com interesses no que se legisla).
Mas a situação pode mudar com o Finance Watch :Os lóbis financeiros parecem todo-poderosos em Bruxelas, frustrando todas as tentativas de reformas do setor bancário desde a falência do Lehman Brothers em 2008. Mas a situação pode mudar, com o trabalho de um contra lóbi europeu: o Finance Watch.
Será que esta crise vai tornar as coisas mais sólidas, mais éticas e mais transparentes?

Álvaro, fiquei com uma dúvida...

... a propósito da tua proposta de hoje (podes responder na caixa de comentários)

Se um "gestor de carreira para desempregados" cair no desemprego pode consultar um "gestor de carreira para desempregados"? Ou pensas criar um cargo específico para esses casos?, tipo, espera...isto não é fácil, tipo: "gestor de carreira para gestores de carreira para desempregados desempregados".
Desculpa a ignorância, mas isto é tudo novo para mim? "Lucy in the Sky with Diamonds", canta comigo, Álvaro...

Cristalino

[. . .] 
"na nossa união, os bancos desconfiam uns dos outros” e os “países do défice não têm qualquer incentivo para abaterem as suas dívidas dado que os bancos centrais financiam imparavelmente o défice do sector privado”, gerando-se assim uma dívida infinita que acabará por explodir algum dia. “É preciso notar que não estou a falar da dívida soberana, mas das dívidas do sector privado. Porque são estas que constituem o grosso dos desequilíbrios em conta corrente na zona euro”.
Wolfgang Münchau 
É tempo da esquerda na Europa começar a chamar os bois pelos nomes.

23 fevereiro 2012

É só escolher, freguesa, também temos cô-écas e sótianz

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Sacrifícios sem nenhum proveito

"Mesmo os países bons alunos em matéria de austeridade, como Portugal e Irlanda, que fizeram tudo os que lhes foi exigido, continuam a enfrentar custos de financiamento exorbitantes. E porquê? Porque os cortes na despesa deprimiram profundamente as suas economias, enfraquecendo as bases de tributação a um tal ponto que o rácio da dívida em relação ao produto [PIB], o indicador standard para medir o progresso orçamental, está a piorar em vez de melhorar."
Paul Krugman, Pain Widhout Gain

Ironia que foi

O que me tem assustado, dia a dia e cada vez mais, é a "barricada" com que os banqueiros trancam o dinheiro à economia real. O país parece estar a fechar para balanço. Um balanço que os financeiros acautelam desde há muitos meses... mansa e cinicamente.
No trabalho quotidiano com as famílias e as empresas, temo cada vez mais por um desenlace que não vai ser risonho. A vida está a parar, na produção que já se não faz, nos lares que adormecem pela manhã no pesadelo dessa sinistra 'moda' que é a insolvência das famílias.
Já me arrepio quando me lembro da ironia com que há umas semanas advertia que "um dia o povo vai-lhes às ventas".
Ironia?

Zeca, maior que o pensamento

22 fevereiro 2012

Questões do Estado de Direito (Acordo Ortográfico)

[Citado de Vasco Graça Moura]
O que é que haverá de comum entre personalidades tão diferentes como Pedro Santana Lopes, Jorge Bacelar Gouveia, José António Saraiva e Henrique Monteiro? Face aos jornais das últimas semanas, a resposta é muito simples: todos defendem o Acordo Ortográfico, todos discordam das posições que tenho sustentado, todos, pelos vistos, entraram em alerta vermelho com os textos publicados no Jornal de Angola, e todos evitam tomar posição sobre questões que são essenciais.
A primeira dessas questões é a da entrada em vigor do AO. Toda a gente sabe que, não tendo sido ratificado pelas Repúblicas Populares de Angola e de Moçambique, ele não entrou em vigor.

Piegas, senhor primeiro-ministro?

«Piegas é quem fala grosso para baixo, mas fininho para cima.»
Miguel Tiago, PCP.

Crise do euro: a situação de Portugal

(. . .) O artigo até reza que o caso de Portugal não é comparável com o da Grécia porque Portugal, ao contrário do que acontece com a Grécia, além de infraestruturas capazes tem indústrias competitivas.
O artigo corrobora a minha visão de que nem sempre são os “marrões” que mais tentam agradar aos professores, os melhor sucedidos na vida profissional prática. De facto, apesar de ficar claro que se deve obedecer amplamente às imposições bastante mecanicistas da troika, existe sempre um resto de liberdade de movimentos e criatividade que pode e deve ser aproveitado – aberta ou “subversivamente” – para saír da recessão e criar crescimento – o objectivo principal. O facto das coisas terem ido para o torto apesar das “indústrias competitivas”, significa: Portugal tem “soldados” mas não tem um “general”. (. . .)

21 fevereiro 2012

Purga sanitária, pois então

DOENTES SERÃO EXPURGADOS APÓS TRÊS ANOS SEM IREM A UM CENTRO DE SAÚDE
«Vou ter de adoecer em breve, uma coisa leve, nem que seja só uma ligeira irritação cutânea; não me apetece nada ser expurgado, caramba.»
Carlos Vaz Marques

Ironia

Andres Segovia

No dia 21 de Fevereiro de 1893, nasceu em Linares, na Espanha, o guitarrista Andrés Segovia. Considerado pela maioria dos estudiosos de música como o pai da guitarra clássica, Segovia dizia que “resgatou a guitarra das mãos dos ciganos flamencos” e construiu um repertório clássico que permitiu ao instrumento ter um lugar nas salas de concerto.
 
“Astúrias”, da Suite “Cantos de Espanha”, de Albeniz

20 fevereiro 2012

Presidenciais Francesas: Hollande 56% - Sarkozy 44%

Aí está uma sondagem de hoje que coloca o socialista Hollande à frente do actual presidente Francês. É uma margem confortável e não parece que em França ou na Europa algo de muito importante vá acontecer para inverter esta tendência. Como venho dizendo, a importância destas eleições mede-se também por acabar com o eixo MerKozy e influenciar a política de austeridade "custe o que custar".
Com Hollande, cujas medidas que apresenta aos eleitores vão no sentido de atenuar a austeridade e reactivar a economia, tudo será diferente um ano antes do que se pode esperar do actual eixo franco-alemão.

General da Força Aérea arrasa Ministro da Defesa

(. . .)
Sou Tenente-General Piloto-Aviador na situação de Reforma, cumpri 41 anos de serviço efectivo e possuo três medalhas de Serviços Distintos (uma delas com palma), duas medalhas de Mérito Militar (1.ª e 2.ª classe) e a medalha de ouro de Comportamento Exemplar. Servi o meu País o melhor que pude e soube, com lealdade e com vocação, sentimentos que S. Ex.ª não hesita em por levianamente em causa. Presentemente, faço parte com muito orgulho, do Conselho Deontológico da Associação de Oficiais das Forças Armadas.
(. . .)
Quem tem vindo a tentar sistematicamente destruir a vocação e os pilares das Forças Armadas, como o Regulamento de Disciplina Militar, destroçado e adulterado pelo governo anterior? Quem elaborou as leis do Associativismo Militar, para depois não hesitar em ir contra o que lá se estabelece? Quem tem vindo a fazer o “impossível” para transformar os militares em meros funcionários do Estado? Apesar disso, tem alguma missão, qualquer que ela seja, ficado por cumprir? Fala S. Ex.ª de falta de vocação baseado em que factos? Não aceita S. Ex.ª o “delito de opinião”?
Não são seguramente os militares que estão no sítio errado!

A indignação - as PMEs não são apoiadas

Uma opinião encontrada ao acaso e que mostra bem como são distribuídos os Fundos comunitários pelos milionários, pelos grandes grupos económicos e pelas empresas públicas.
"Defraudado 2 (seguir utilizador), 3 pontos (Bem Escrito), 10:23 | Sábado, 18
Mas ando há pelo menos dez anos a dizer que uma parte da solução do problema de Portugal passa por este tema da notícia.
Ao longo dos anos fui assistindo ao deboche protagonizado pelos grandes grupos, Amorim, Sonae, Cifial, Efacec e todas as construtoras, etc e por aí fora e de como esses fundos lhes iam parar às mãos inteirinhos, ficando as verdadeiras PMEs a 'ver navios'. Muitos desses fundos iam direitos para a roleta da bolsa para auferirem lucros obscenos nos grandes grupos da base economica do Estado que entretanto iam nacionalizando para os próprios.

Pieguice carnavalesca

Hoje na empresa onde trabalho, os serviços administrativos estão a funcionar a meio gás. Amanhã a empresa fecha, pelo Contrato Colectivo de Trabalho porque se regem as relações laborais na empresa, a Terça Feira de Carnaval é considerada para todos os efeitos como dia Feriado, passível de poder ser transferido para outro dia com significado na localidade. Com as férias de Carnaval nas escolas públicas e privadas, o trânsito hoje de manhã em Oeiras assemelhava-se ao de um fim de semana.
Há determinações que manifestamente só servem para chatear o parceiro e que, ao invés de produzirem ganhos de produtividades, têm precisamente o efeito contrário. É o que acontece quando no lugar de Primeiro-Ministro está sentado um delegado da troika a mandar bitaites sobre os hábitos e tradições dos portugueses.

Outras Pegadas (IX)


  Melro-preto (Turdus merula L.)
Ave da família Turdidae, residente e nidificante em Portugal. Muito comum, incluindo no interior de aldeias, vilas e cidades.
Estatuto de conservação da espécie: "Pouco preocupante"
Outras designações comuns: Melro; Fura-bosta:
Obs. O exemplar publicado é um macho. A espécie é dimorfa sexualmente, caracterizando-se o macho pela plumagem (negro brilhante); pelo bico amarelo; e por apresentar, ao contrário da fêmea, um círculo amarelo orbicular.

Mas que raio fizeram os gregos por nós?

CHANCELER MERKEL (irritada): Os malditos gregos tiram-nos o dinheiro todo, os bastardos. Trabalham pouco e levam-nos o dinheiro que tanto nos custou a ganhar, a nós, aos nossos pais e aos pais dos nossos pais… 
WOLFGANG SCHÄUBLE: E aos pais dos pais dos nossos pais. 
CHANCELER MERKEL: Sim.
WOLFGANG SCHÄUBLE: E aos pais dos pais dos pais dos nossos pais.
CHANCELER MERKEL: Sim, Wolfgang, não aprofundemos mais a questão. Mas o que é que eles nos deram até hoje?
PHILIP RÖSLER: o Teatro?
CHANCELER MERKEL: O quê? 
PHILIP RÖSLER: o Teatro… Ésquilo, Sófocles, Aristófanes…
CHANCELER MERKEL: Oh! Sim, pois. Eles deram-nos isso, é verdade.
HANS – PETER FRIEDRICH: E a Filosofia, com Sócrates, Platão e os outros todos…
URSULA VON DER LEYEN: Sim, a Filosofia, lembras-te como pensávamos antes da Filosofia? CHANCELER MERKEL (condescendente): Sim, pronto, o Teatro e a Filosofia foram duas coisas que os gregos nos deram.
ILSE AIGNER: E a Oratória.
CHANCELER MERKEL: Bem, sim, obviamente a oratória, quer dizer, nem era preciso dizer, certo? Mas, para além do Teatro, a Filosofia e a Oratória…
ANNETE SCHAVAN: A Ciência, com Arquimedes, Aristóteles…
DANIEL BAHR: A Medicina, lembras-te de Hipócrates? 
MINISTROS EM CORO: Pois, pois, isso…
ANNETE SCHAVAN: Heródoto e a História
MINISTROS EM CORO: Oh, sim…
CHANCELER MERKEL (a ficar impaciente): Sim, pronto, ok, é justo.
THOMAS DE MAIZINE: E estratégia militar.
KRISTINE SCHRÖDER: Introduziram as vogais no alfabeto.
MINISTROS EM CORO: Oh, sim, isso foi importante.
DIRK NIEBEL: Sim, isso seria algo de que sentiríamos realmente falta!
NORBERT RÖTGEN: Os Jogos Olímpicos.
PETER RAMSAUER: Pitágoras.
RONALD POFALLA: Arte. 
SABINE LEUTHEUSSER-SCHNARRENBERGER: Organização social.
THOMAS DE MAIZENE: Ajudaram-nos depois daquela chatice da segunda guerra.
CHANCELER MERKEL (fora de si): Sim, pronto, ok, mas para além do Teatro, a Filosofia, a Oratória, a Ciência, a Medicina, a História, a estratégia militar, as vogais, os Jogos Olímpicos, a Matemática, a Arte, a organização social e aquilo da guerra, O QUE É QUE OS GREGOS NOS DERAM?
ILSE AIGNER: A Democracia.
CHANCELER MERKEL: A Democracia? Cala-te lá com essa merda!

E a Islândia?

Ter-se-á afundado? Que espécie de filtro é este que impede a chegada e divulgação de notícias da Atlântida?, perdão, da Islândia? Quem o fomenta? Quem o sustenta? Anyone? Anyone? Reykjavík, This Is Houston, We Have A Problem!

Amadeo de Souza Cardoso

Galgos

Ernest Ansermet

No dia 20 de Fevereiro de 1969 faleceu o matemático, físico e maestro suíço Ernest Ansermet. Tinha nascido em Vevey, na Suiça, a 11 de Novembro de 1883. Apesar de ter nascido no seio de uma família com tradições musicais, os seus estudos focaram-se principalmente na matemática, e não propriamente na música. No entanto, ainda novo, estudou vários instrumentos, entre os quais o clarinete e o violino, e mais tarde, enquanto prosseguia os estudos na Sorbonne, frequentou cursos no Conservatório de Paris. No regresso à pátria começou por ser professor de matemática na Universidade de Lausanne, antes de se dedicar exclusivamente à música.
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“La Valse”, de Ravel
Orquestra de La Suisse Romande / Maestro: Ernest Ansermet

19 fevereiro 2012

Timothy Garton Ash recommenda: a Europa devia ajudar a Alemanha

“Esta é a primeira consequência que sobrevém quando no mundo alguém deixa de mandar: que os demais, ao se rebelarem, ficam sem tarefa, sem programa de vida.”
José Ortega y Gasset (Fonte: A Rebelião das Massas)

No seu artigo em alemão, que apareceu na versão print do DER SPIEGEL de 13.02.2012 (não está online nem em alemão, nem em inglês, apenas um comentário em inglês, cf. linka abaixo), o historiador e politólogo britânico que lecciona em Oxford, Timothy Garton Ash, afirma sob o título: “Sozinhos eles não conseguem” .
No ano de 1953, Thomas Mann fez um discurso perante estudantes, no qual implorou que eles não deveriam aspirar a uma “Europa alemã” mas sim a uma Alemanha europeia. (. . .)

Passos Coelho apupado em Gouveia

Passos Coelho foi esta manhã apupado quando visitava a feira do Queijo em Gouveia. É a segunda vez, a primeira foi em Matosinhos. É necessário que o Primeiro Ministro tire as ilações devidas, se é verdade que há sempre politiquice e nem tudo é espontâneo, também é verdade que as manifestações só medram em terreno fértil e, esse, é da responsabilidade do governo.
Passos não pode ser mais "Merkel" do que Merkel, já há mais do que sinais que podemos esperar dos outros países europeus ajuda no que diz respeito à intensidade da austeridade e ao prolongamento do prazo, dois factores que aliviam em muito a pressão sobre os cidadãos.

Tentaram-me com a lisonja...

“Tentaram-me com a lisonja, que não suporto, e ameaçaram-me com o ostracismo, que não temo”.
Pedro Mexia.

Rua

Desvio a cortina, olho pela janela, vejo a rua, encontra-se deserta, quase que esmagada pela brutalidade da noite que agora assenta sobre ela, algo de tão pesado que seria impossível de a atravessar. Sentem-se os passos dados, os beijos e os olhares trocados, os sorrisos mal amanhados, as vergonhas, os risos de ir ás lágrimas, os gritos das crianças, ouvem-se ainda as palavras deixadas no ar pelos outros.
Antes que pudesse explicar tudo aquilo que imaginava que tivesse invadido durante o dia aquela rua, ligaram-se as luzes, primeiro laranjas e lentamente passando a amarelas, uma a uma, fazendo um caminho, daqueles que fazemos com os dedos bem apontados ao céu, para tentar encontrar algum caminho, alguma regressão que nos trace uma recta para nos orientarmos.

Amadeo de Souza Cardoso

Procissão de Corpus Christi

Grupo de Apoio ao Pieguismo Jovem - GAPJ

Olá o meu nome é Xavier e sou piegas.
(coro) Olá Xavier!
É a primeira vez que aqui venho porque depois de ouvir os conselhos de um amigo percebi que tinha de aceitar o inevitável, sou um piegas.
O nosso governo, que se esforça tanto na minha educação, proporciona-me 3 meses sem aquecimento, escolas nas quais chove (excelente montagem experimental para provar o efeito da gravidade) mas também professores cansados quase exaustos de fazerem o trabalho que não é deles, felizmente muitos ainda conseguem transmitir algum gosto ao saber.

Em casa manda ela - e nela mando eu

"A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe”
"O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo. A melhor formadora é a mãe, e se a mãe não tem tempo para respirar como vai ter tempo para formar”
Convém não olhar para estas declarações como se de arqueologia se tratasse. Um homem da envergadura deste Cardeal sabe muito bem o que diz. Estamos a viver um tempo de grandes alterações e de retrocesso do modelo social construído ao longo do últimos cinquenta anos.

Francisco Mignone

No dia 19 de Fevereiro de 1986, faleceu, no Rio de Janeiro, o compositor brasileiro Francisco Mignone, uma importante referência da música erudita do Brasil. Tinha nascido em São Paulo, no dia 3 de Setembro de 1897, filho de pais italianos recém-chegados ao Brasil. Iniciou os estudos de piano aos dez anos e, muito jovem, iniciou uma carreira musical cujas primeiras escolhas se centraram na música popular. A partir dos 13 anos, começou a apresentar-se como flautista e pianista em pequenas orquestras. Os seus estudos académicos em São Paulo foram continuados em Milão, para onde viajou em 1920. Durante algum tempo, compôs obras eruditas, assinando o seu próprio nome, e obras populares com o pseudónimo de “Chico Bororó”.
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18 fevereiro 2012

Amadeo de Souza Cardoso

Pintura - c.1914
Óleo sobre tela
46 x 33 cm
Col. José Ernesto de Souza-Cardoso
Museu Municipal Souza-Cardoso
Amarante, Portugal

Gustave Charpentier

No dia 18 de Fevereiro de 1956, morreu, em Paris, o compositor francês Gustave Charpentier.
Filho de um padeiro, nasceu a 25 de Junho de 1860, em Dieuze, na Lorena, mas deixou a região natal, com a família, depois da guerra franco-prussiana de 1870. Na cidade de Tourcoing, perto de Lille, cursou violino e harmonia na Escola das Belas Artes e foi o município dessa cidade que lhe ofereceu uma bolsa para continuar os estudos no Conservatório de Paris. Aí, foi aluno de Émile Pessard e de Jules Massenet..

17 fevereiro 2012

O fariseu

"Considero importante que crianças, jovens, pais e professores venham para a rua defender a sua escola. É um sinal de vitalidade da nossa sociedade civil".
Cavaco Silva, 17.Jan.2011

Na semelhança é que está a diferença

Christian Wulff prevaricou – influenciou o favorecimento de um amigo – antes de ser presidente e, portanto, fora do exercício da sua função. Mas constatou-se que tinha prevaricado. Logo, constatou-se que tem carácter de quem é capaz de prevaricar. Consequência: a natural, normal e elementar. Não tem carácter para servir, não serve.
(. . .)
Em Portugal, dizemos meia dúzia de palavras e cada uma delas vale por mil imagens: Cavaco, BPN, Dias Loureiro, Cavaco, Urbanização da Coelha, Passos, Fomentinvest, Ângelo Correia, Cavaco, Banco BIC, Mira Amaral, Cavaco… Bastam nomes próprios, afinal. Mais palavras para quê?
Já viram a diferença? As condutas que na Alemanha levam um presidente a demitir-se são muito semelhantes às que em Portugal levam um presidente a ser eleito.

O buraco

Conheci recentemente um casal que tem por casa um carro. O local onde fazem a sua higiene diária é uma casa de banho de uma bomba de gasolina. Ele, de reduzidas habilitações literárias, vai trabalhando no que aparece, ela, sem saber ler ou escrever, também. Uma técnica de assistência social pediu-lhes para escreverem uma carta em formato digital para enviarem para um determinado organismo. Porém não podia ser no computador dela nem lhes podia fazer o favor, eles que arranjassem maneira.
Assim vamos neste país tranquilo e à beira-mar plantado. Uns sobrevivem como podem, outros refugiam-se nos conteúdos técnicos, e outros queixam-se de barriga cheia.

Contrariar a resistência

Hoje e contrariamente ao habitual, enrolei-me nuns trajes de velha, agarrei um pau e juntei-me ao desfile de carnaval dos meus alunos e da minha escola. Este ano quisemos avivar a tradição do entrudo e reduzir os gastos. Os alunos, que no início resistiram à ideia preferindo encarnar as personagens dos fatos que abundam nas lojas dos donos da EDP, deixaram-se convencer na sua maioria e lá iam com as roupas velhas que, ora lhes mudavam o género, ora os transformavam em figuras de outros tempos. Claro que não podia ficar de fora e apesar de não ser muito adepta deste festejo, acabei por me divertir, contagiada pelos acessórios e pela empatia das crianças. Também eu contrariei a minha resistência e por momentos esqueci-me da desgraçada vida do meu país e gozei um pouco. Este esforço valeu a pena!

Desgraça

Amadeo de Souza Cardoso

Menina dos cravos - Museu do Caramulo

Marcos Portugal

No dia 17 de Fevereiro de 1830, morreu, no Rio de Janeiro, o compositor português Marcos Portugal.
Marcos António da Fonseca Portugal nasceu em Lisboa, no dia 24 de Março de 1762. Estudou com o compositor João de Sousa Carvalho, no Seminário Patriarcal, a única escola de música que, naquela altura, existia em Lisboa. Começou a sua carreira como compositor de ópera, em 1786, quando foi designado maestro do novo Teatro Salitre de Lisboa. Durante os seis anos em que ocupou o lugar, compôs uma série de óperas portuguesas. O seu estilo de composição baseava-se nas óperas de Cimarosa e de outros compositores italianos daquele tempo. Em 1792 Marcos Portugal viajou até Itália, graças a uma bolsa de estudo concedida pela Coroa Portuguesa. Mas, em vez de estudar, Marcos Portugal compôs uma série de óperas para teatros italianos, o que, em poucos anos, lhe trouxe reconhecimento como um dos principais compositores de ópera do seu tempo.
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16 fevereiro 2012

E temos filósofo (não estou a ironizar)

«Não quero ganhar a qualquer custo, embora queira ganhar sempre.»
Sá Pinto

O que se passou de errado em Portugal?

(. . .)
Em Portugal, actualmente, o défice ronda os 118%, e a deflação da dívida pode explicar-se pelo problema do défice. O défice comercial resulta sempre da relação entre o PIB (Produto Interno Bruto) e o valor da dívida - o dinheiro que o país deve. Quando o PIB desce, e mesmo que os números da dívida se mantenham, o défice irá sempre aumentar. Por sua vez, o valor relativo da dívida vai sempre aumentar, mesmo que os seus números reais se mantenham.
A isto juntam-se os juros que são exigidos no momento de pagar os empréstimos feitos pela ‘troika’ para os países combaterem a sua dívida. O cenário, portanto, não poderá ser muito animador.
Daí que Harrison titule o seu comentário de «O porquê de Portugal ser a próxima Grécia». Charles Wyplosz, professor na Universidade de Genebra, é mais drástico na sua explicação do problema. «Os empréstimos [da troika] aumentam a dívida, e a austeridade impede os países de saírem da depressão em que estão atolados», retratou.
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Presidenciais francesas - também o Hollande é !

Grande surpresa! Mas o candidato socialista é que é uma surpresa, vai na frente nas sondagens e se ganhar vai mudar muito, não só no seu país mas, principalmente, no eixo que manda na união Europeia. Merkozy acaba e com eles esta política de "austeridade" que está a mandar os países e os povos para a miséria e, na sua vez, vem mais "solidariedade". É, que, com solidariedade nem os povos precisam de passar por tanta privação nem os credores deixarão de serem ressarcidos, deixamos é de andar aqui "ao tio ao tio" como se fosse natural "ajudar" países em má situação com taxas de juros de 30%.
Desmembrado o eixo Berlim-Paris as coisas vão começar a andar, os outros países mais comedidos que a Alemanha, vão passar a estar mais vezes do mesmo lado. E as políticas mudam!

Outras pegadas (VIII)


Felosa-comum *( Phylloscopus collybita Vieillot)
Ave migradora, da família Sylviidae. É uma espécie muito comum em Potugal, como invernante. Nidificante muito rara.
Estatuto de conservação da espécie: "pouco preocupante".
*Outras designações vulgares: Felosinha-comum; Bago-d'uva; Fuim; Fulecra; Tolinha-das-couves.

Amadeo de Souza Cardoso

Barcos
Óleo sobre tela (30,2 cm de altura por 40,6 cm de largura). Pintado em 1913.
A pintura pertence ao Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão de Lisboa.

Tranquilamente, à espera da nossa vez

Vamos acabar por assistir ao absurdo de a Grécia - e quem se lhe seguir - se suicidar para alcançar um objectivo que os parceiros europeus lhe recusam.

Carlos Paredes

No dia 16 de Fevereiro de 1925, nasceu, em Coimbra, o compositor e o mais virtuoso dos guitarristas portugueses Carlos Paredes, a quem chamaram “o homem dos mil dedos”.
Influenciado pela música de câmara da Renascença e pelo fado de Coimbra, desenvolveu ao longo dos anos um estilo pessoal que, a partir da tradição e apoiado no vigor de execução, mitificou um instrumento: a guitarra portuguesa.
O bisavô já tocava guitarra. O avô Gonçalo também. E o pai, Artur Paredes, foi um dos mais importantes renovadores da guitarra portuguesa em Coimbra na primeira metade do séc. XX. Neste ambiente cresceu Carlos Paredes, que, pela vida fora, fez da guitarra portuguesa mais um membro do seu próprio corpo, mais um corpo da portugalidade genuína.
(. . .)
Homem de extrema modéstia, recusou ser profissional da guitarra, dizendo que gostava demasiado da música para viver à custa dela e intitulando-se um simples “músico popular urbano”. Os críticos e especialistas dedicaram-lhe um outro adjectivo: “genial”.

15 fevereiro 2012

Um crime sem perdão (investigação nas universidades)

Um crime sem perdão se o governo não perceber que a autonomia das Universidades é fundamental para fazer avançar os projectos internacionais a que se candidatam. Num comunicado enviado hoje às redacções, o IST alerta que não é só a actividade científica que está em risco mas também a “prestação de serviços por um período indeterminado”. “Este bloqueio, que é irrazoável para instituições do ensino superior com significativa actividade geradora de receitas próprias, poderá implicar que o IST perca milhões de euros” e contribuir “para a fuga de talentos e a degradação do tecido científico nacional”, lê-se no comunicado.

Eu vivi nesse país e não gostei (por Isabel do Carmo)

"O primeiro-ministro anunciou que íamos empobrecer, com aquele desígnio de falar "verdade", que consiste na banalização do mal, para que nos resignemos mais suavemente. Ao lado, uma espécie de contabilista a nível nacional diz-nos, como é hábito nos contabilistas, que as contas são difíceis de perceber, mas que os números são crus. Os agiotas batem à porta e eles afinal até são amigos dos agiotas. Que não tivéssemos caído na asneira de empenhar os brincos, os anéis e as pulseiras para comprar a máquina de lavar alemã. E agora as jóias não valem nada. Mas o vendedor prometeu-nos que... Não interessa."
(. . .)
Eu vivi nesse país e não gostei. E com tudo isto, só falei de pobreza, não falei de ditadura. É que uma casa bem com a outra. A pobreza generalizada e prolongada necessita de ditadura. Seja em África, seja na América Latina dos anos 60 e 70 do século XX, seja na China, seja na Birmânia, seja em Portugal

Pinto Monteiro, Beirão, Provedor do Povo...

No meio da selva ou, se preferirem!, da floresta legislativa portuguesa onde há sempre caminhos que contornam a realidade, em nome de um relativismo absoluto permitido pelo quase indefinido número de recursos de que as decisões são objecto e por essa espécie de instrumento protector do indefensável que é a prescrição de crimes em casos de "colarinho branco" e afins, é reconfortante ouvir Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República. Afirmando que o exercício do cargo é efectivamente um "acto solitário", disso não nos restam dúvidas se pensarmos que foi o próprio quem assumiu que, em Portugal, o segredo de justiça é uma fraude. Sendo incontornável que, apesar do muito que está por fazer, foi sob o seu mandato que mais casos de corrupção foram julgados (banqueiros, bancários, políticos, dirigentes desportivos, autarcas e por aí adiante), Pinto Monteiro foi hoje igual a si próprio: um homem de corpo inteiro, íntegro, democrata, verdadeiro e capaz de assumir as insuficiências do sistema judicial português e as deficiências do seu aparelho legislativo (relembrem-se as afirmações e decisões do PGR em casos como o das escutas ilegais e o da violência nas escolas) .

Amadeo de Souza Cardoso

Cabeça

Mikhail Glinka – O “pai” da música russa

No dia 15 de Fevereiro de 1857, morreu, em Berlim, o compositor Mikhail Ivanovich Glinka, nascido a 1 de Junho de 1804, em Novospasskoye, na Rússia. Foi o primeiro compositor russo a ser reconhecido fora do seu país e é, geralmente, considerado o “pai” da música russa. O seu trabalho teve grande influência nos compatriotas que se lhe seguiram, sendo de sublinhar que inspirou o grupo de compositores que se celebrizou como “Grupo dos Cinco” a unirem-se na criação de música baseada na cultura russa, donde resultou a fundação da Escola Nacionalista Russa.

14 fevereiro 2012

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Amadeo de Souza-Cardoso


Saut du Lapin

Será possível a reanimação?

A União Europeia está morta desde que se substituiu a palavra "solidariedade" entre todos os Estados membros pela palavra "austeridade". Esta, imposta primeiro à Grécia e depois à Irlanda e a Portugal, deu os "brilhantes" resultados amplamente conhecidos: a Grécia  está já a ferro e fogo e Portugal, se não caminha para lá, está cada vez mais pobre, com a actividade económica a cair de mês para mês.

(O gráfico que demonstra a última asserção foi roubado ao "Expresso")

A União está, no entanto, ainda por enterrar, o que, em tese, possibilitaria a sua reanimação, se houvesse vontade política nesse sentido.
[VER ARTIGO COMPLETO]

Tragédia grega

"Mas o canal privado Mega também voltou a recordar a megamanifestação de domingo, e imagens de dois respeitados anciãos atenienses que compareceram no protesto: o conhecido compositor Mikis Theodorakis e o político Manolo Glezos, que em 1941, logo após a ocupação alemã da Grécia no início da II Guerra Mundial, iludiu os guardas e retirou durante a noite uma grande bandeira nazi que esvoaçava no Pártenon, elevando o espírito de resistência da população".
Por cá, o Governo devia estar agradecido pela manifestação de sábado. E em vez de tentar levantar a mesquinha questão dos números, devia fazer figas para que muitas outras se repitam, assim, grandiosas e ordeiras.

Michel Corboz

No dia 14 de Fevereiro de 1934, nasceu, em Marsens, na Suíça, o maestro Michel Corboz. Frequentou a École Normale, de Fribourg, onde estudou canto e composição. Em 1953, tornou-se director de música de igreja, em Lausanne. O seu conhecimento e paixão pela voz levaram-no a dirigir as obras inspiradas por ela: coros e a capella, cantatas e oratórias.
 

13 fevereiro 2012

É só 'piegas'?

"Pedidos de ajuda de famílias em dificuldades quase duplicaram em Janeiro".
 É tudo gente "piegas", como diria o primeiro-ministro Coelho que, seguramente, não me deixa em mentira.

Já não há Paciência: Domingos abandona Sporting e é substituído por Sá Pinto

Com tanto clube, mas com tanto clube, raios partam, mas é que há mesmo tanto clube...
 . . . . Hoje: Sporting: Sai Domingos, entra Sá Pinto
 . . . . Ontem: Godinho Lopes mantém confiança em Domingos.
Eu até diria "haja Paciência", não se tratasse isso de uma impossibilidade.
.
[post com destaque na página principal do SAPO]

Amadeo Souza-Cardoso


Amadeo de Souza-Cardoso, nasceu em Manhufe, freguesia de Mancelos, Amarante, a 14 de Novembro de 1887 e morreu em Espinho, a 25 de Outubro de 1918.
Precursor da arte moderna, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época.

Sendo patente a sua inexequibilidade, a quem serve o novo plano de austeridade grego?

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E quando Papademos diz que “a violência e as destruições não têm lugar em democracia” está a referir-se à democracia de que país? À grega, que também já não existe, não é com certeza. Imagino que a frase vinha no memorando que a Goldman Sachs lhe enviou logo pela fresquinha e um homem tem de fazer pela vida, sendo certo que isso passa por não aborrecer o (ex-)patrão.
A profunda estupidez destes pequenos seres não cessa de me surpreender. Será que eles acreditam mesmo que podem continuar a pisar o povo e impedir o curso natural da história? Vamos ver quanto mais dura esta palhaçada, embora eu ache que podíamos passar já adiante. Para a inevitável parte do inevitável golpe de Estado (na Grécia já cheira a overcooked).
De resto, e a este propósito, os "líderes" europeus têm-me feito lembrar aquele saudoso ministro iraquiano. Claro que não, meus caros, no pasa nada, continuem assim, que o povo é sereno. Até na hora de vos ir ao focinho. Toodles.
[citação de Papademos e imagem via Público]

Holocausto financeiro enquanto a Alemanha ataca a Grécia

Atenas: um sério aviso

Nas reportagens das televisões internacionais feitas na rua, uma frase a predominar: "NÃO QUEREMOS OS EMPRÉSTIMOS DELES!"
Os povos não são estúpidos. Da compreensão das coisas até perderem o medo, vai um passo: Quem já nada tem, nada tem a perder.

Violência na Grécia


A cobertura dos acontecimentos na Grécia é muito débil quando comparada com a da "Primavera Árabe "!

Em busca da esquerda perdida

"Temos um "gozo apolítico de um certo bem-estar" [Tronti 2009,59].
Daí derivou, em política in primis, a menorização do trabalho e do valor do trabalho.
Mas se a esquerda renuncia à centralidade do trabalho, que sentido tem a esquerda?
 "Se é verdade que já não existe a centralidade política da classe operária, no seu lugar existe uma centralidade política do trabalho. Esta foi integrada, marginalizada e depois negada pelos últimos trinta anos do ciclo capitalista, sob a bandeira da globalização neoliberal. A crise actual deste ciclo volta a propor o tema. Mas atenção, o reaparecimento do trabalho na cena política não ocorrerá espontaneamente. Pelo contrário, podem ser introduzidos agravamentos nas suas condições sociais: o impacto da crise, com as suas inevitáveis reestruturações produtivas, atinge os trabalhadores, sobretudo nas faixas mais débeis e menos protegidas, e a saída da crise, com os seus igualmente inevitáveis surtos inflacionistas, punirá uma segunda vez os trabalhadores, também nos sectores mais fortes e mais seguros. (. . .)"

Richard Wagner

No dia 13 de Fevereiro de 1883, morreu, em Veneza, o compositor alemão Richard Wagner, um dos mais influentes compositores da música erudita. Tinha nascido no dia 22 de Maio de 1813, em Leipzig, cidade talismã da grande música. Foi compositor, maestro, teórico musical, ensaísta e poeta. Na música, foi um dos expoentes do romantismo. Era um homem de personalidade egocêntrica e teve uma vida turbulenta e ideias radicais, não só quanto à música, mas também em assuntos tão diversos como a religião e a pureza racial
 

12 fevereiro 2012

Bi-tate

1) Estava eu curiosa para saber os números, os oito e oitenta que costumam dizer dos participantes nas manifestações. Cedo foi publicado o oitenta (trezentos mil) mas, até agora, quanto ao oito nem um pio. Não tenho uma interpretação benévola da omissão. Parece-me que, como é jogo para não correr de feição, não se vai a jogo. Como fazia o gordinho dono da bola quando amuava porque não lha passavam, agarram-se à bola e ficam em casa. É que só se compete com quem se reconhece como igual e o pessoal deste governo é pessoal de superior casta regeneradora, uns predestinados que não se vão pôr a medir forças com o comum dos mortais, muito menos daqueles mortais mesmo comuns, que vão para a rua desfilar todos juntos. A competição é uma força demasiado socializadora para esta gente, porque para competir precisa-se dos demais, ninguém compete sozinho. Esta é gente não competitiva, que o que quer é deixar de competir quanto antes e, por isso, procura a todo o custo subjugar rapidamente tudo e todos que não sejam iguais a eles próprios, nem que tenha de lhes chamar piegas e de lhes por macaquinhos no sotão por não serem perfeitos, perfeitos e viveram melhor do que os avós que dividiam uma sardinha, quando havia...

 2) Pelos vistos é piegas quem não é todo modernaço e fura-vidas, quem não é avesso a celebrações configuradas pela cultura, quem não fala sete línguas e não anda a aprender mandarim, quem já teve dores de cabeça e dúvidas regulares, muito mais quem perturba a sua elegante eficácia com filhos com sarampo ou varicela. Se a palavra piegas é o menos, podendo só revelar um léxico pobre ou um paternalismo didáctico dispensável, preocupante mesmo é ele acreditar no seu modo prafrentex e achar que qualquer comportamento que aí não se enquadre só pode ser o resultado de uma mândria pessoal cuidadosamente preparada, muito estimada e estrategicamente usada por cada um. Haja resistência para pensamento tão raso, que mais parece uma avioneta desgovernada a ver se acerta numa pista improvisada para entender a pluralidade de condições da vida de cada um.

Outras Pegadas (VII)


 Pintassilgo * (Carduelis carduelis L.)
Ave da família Fringilidae, residente e nidificante em Portugal. Comum a muito comum.
*Outras designações vulgares:Milheira-galante; Pinta-cardeira;
Estatuto de conservação da espécie: "Pouco preocupante".

Almada Negreiros (III)


Auto-retrato em Grupo

Hans von Bülow

No dia 12 de Fevereiro de 1890, morreu, no Cairo, o maestro, pianista e compositor alemão Hans von Bülow. Tinha nascido a 8 de Janeiro de 1830, em Dresden, na Alemanha. Virtuoso pianista, foi um dos mais famosos maestros do século XIX. Entre 1887 e 1892 foi director artístico e maestro titular da Filarmónica de Berlim. Em 1848 entrou para a Universidade de Leipzig para estudar Direito, porém, ao assistir a uma representação da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, dirigida por Liszt, decidiu tornar-se músico profissional. Foi para Zurique, e encontrou Wagner, de quem recebeu conselhos essenciais sobre direcção de orquestra. Entre 1851 e 1853 estudou piano com Franz Liszt, em Weimar. No período de 1855 e 1864 ocupou a cátedra principal de piano no Conservatório Stern em Berlim e, em 1867, assumiu a direcção do Conservatório da Baviera.
 

11 fevereiro 2012

Almada Negreiros (II)


 Retrato de Fernando Pessoa

Alexander Gibson

No dia 11 de Fevereiro de 1926 nasceu, em Motherwell, o maestro escocês Alexander Gibson. Embora a sua família tivesse muito pouco a ver com música, o pequeno Alex, desde muito cedo, tinha o hábito de, aos Sábados à noite, ir, com alguns amigos, assistir às actuações da Orquestra da Escócia, em Glasgow. Começou por estudar música na Royal Scottish Academy of Music e, aos 17 anos, já era organista numa igreja da vizinhança. Licenciou-se em Literatura Inglesa e Música, na Universidade de Glasgow.
 

10 fevereiro 2012

Agora

Não me revolto. Não me queixo. Não me vitimizo. Apenas tenho que seguir em frente. Agarrar as coisas tal como elas nos acontecem. E quando as coisas acontecem de forma vertiginosa e irreversível o conformismo é apenas aparente. Ou parece ser. Pois não me conformo em me conformar. Focalizo energias. Racionalizo emoções. Sigo um objetivo. De uma forma simples. Tão simples. Corajosa, por isso. Acho eu. O contrário é deixar que a derrota tome conta de nós. É perder a dignidade. A doença nunca será mais forte. Mesmo que nos derrote.
Tu dormes e eu trabalho. Aqui. Sempre junto. Ao teu lado. Na cama. Dou-te o calor. Do frio que eu não tenho. Do frio que tu sentes, sempre.
A maré está meio vazia, ou meio cheia, não sei. Os cabeços de areia espreguiçam-se ao sol. Um sol frio na rua mas quente do lado de dentro do janelão fechado com vistas desde a curva dos arrozais até à foz do meu Mondego).
E abafo-te as dores. Estou onde tiver que estar. Sorte a minha, afinal, ter-te sempre junto a mim. Vais estar sempre junto a mim, onde queres que estejas. Dorme. Eu tomo conta de Ti.

Almada Negreiros

 

José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, 7.Abr.1893 — Lisboa, 15.Jun.1970)
Artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista, ligado ao grupo modernista. Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.

Leontyne Price

No dia 10 de Fevereiro de 1927 nasceu em Laurel, no Mississippi, a soprano norte-americana Leontyne Price. Com uma carreira iniciada na 2ª metade do século XX, tornou-se numa das mais admiradas sopranos, com um desempenho particularmente brilhante no papel de Aida, da ópera homónima, de Verdi, que cantou durante 30 anos e com o qual fez a despedida operática, em 1985, no Metropolitan Opera House, em Nova Iorque. E não se pense que lhe foi fácil chegar ao estrelato! A cor da pele pode não influenciar as cordas vocais mas entope os neurónios de muito boa gente.
 

09 fevereiro 2012

Ah! Bom! Se a igreja aceita...

Outras Pegadas (VI)


Petinha-dos-prados (Anthus pratensis L.)
Ave bastante  muito comum em Portugal, mas apenas durante a invernada, de outubbro/novembro a março/abril. Nidifica nos países do norte da Europa.
Outros nomes vulgares: Barvoinha; Parvinha, Pispis.

Vieira da Silva


Maria Helena Vieira da Silva
1908: Nasce em Lisboa. - 1911: Morre seu pai. Instala-se com sua mãe na casa do avô materno - 1919: Recebe lições de música, pintura e desenho. - 1924: Estuda escultura na Escola de Belas Artes de Lisboa. - 1928: Vai com sua mãe para Paris. Frequenta a Academia La Grand Chaumière e o atelier de Bourdelle. Visita Itália. - 1930: Casa com o pintor Arpad Szenes. Conhece a Hungria e a Transilvânia. - 1933: Primeira Exposição individual, em Paris. - 1934: Adoece com icterícia. -1940: O Estado português recusa-lhe a nacionalidade. Parte com o marido para o Brasil. - 1942/46: Participa em várias exposições no Brasil. - 1947: Regressa a Paris. - 1956: Recebe a nacionalidade francesa. - 1960: Recebe o grau de Chevalier de L’Orde des Arts et des Lettres do estado francês. - 1964: Morre a mãe; realiza o seu primeiro vitral. -1975: Realiza dois projectos de cartazes alusivos ao 25 de Abril. - 1985: Morre Arpard Szenes. - 1988: Inauguração da estação do Metro da Cidade Universitária (Lisboa), decoração por si concebida. - 1990: Criação da Fundação Vieira da Silva-Arpad Szenes. -1991: Recebe o Officer de la Légion d’Honneur. - 1992: Morre em Paris.

Franz Hoffmeister

No dia 9 de Fevereiro de 1812 morreu, em Viena, o compositor austríaco Franz Anton Hoffmeister. O seu nome foi injustamente votado ao ostracismo pelo curso da história, mas merecia uma reavaliação, dada a qualidade criativa das suas obras. Nasceu em Rothenburg am Neckar, na Áustria, no dia 12 de Maio de 1754. Com apenas 14 anos foi estudar direito para Viena, mas envolveu-se de tal modo na rica e variada vida musical dessa cidade que, depois da licenciatura, decidiu dedicar-se à música.
 

08 fevereiro 2012

Tribunal de Mação: Laborinho Lúcio - Paula Teixeira da Cruz

A placa reflecte o lugar lá fora, prestes a ver encerrada a sua Casa Grande, inaugurada em 1994. A Justiça, essa, buscar-se-á alhures ou na ponta de uma faca. Entretanto, assomam-se-me umas dúvidas. Será que a senhora ministra vai aparecer na sessão de encerramento? E que bandeira cobrirá a placa comemorativa? Que cor tem o fim?

Andy Warhol



Andrew Warhola, mais conhecido como Andy Warhol (Pittsburgh - 6.Ago.1928 / 22.Fev.1987).
É um dos maiores representantes da pop art, além de ter ganhado grande destaque no cinema de vanguarda e na literatura.

Cai a máscara a passos largos

Eu que não sou de festejos carnavalescos e sempre desdenhei convictamente da importação recente do samba para os desfiles, desde logo por manifesta inadequação térmica, reforço a pior das impressões que tenho de quem se refere a estes parêntesis festivos, que entremeiam a mesmice do quotidiano, como sendo coisas menores. Pergunto-me com que linha avulsa desenham o mundo e a vida. Acresce que o Entrudo, pela sua natureza transgressora e em que o simulacro da máscara permite experiências que não têm lugar na vida "real", tem um papel lúdico compensador muito importante para as pessoas comuns, naturalmente acentuado em alturas de crise.
No simbolismo que representa desvalorizar a festa do Carnaval, coisa de gente mimada, [autêntica pieguice de quem não quer interromper as suas semanas agitadas com férias de inverno e férias de verão e com fins-de-semana retemperadores com uma escapadela a uma capital europeia ou a um spa bem estrelado], estoira com clareza o modo como as nossas vidas estão a ser transformadas num simulacro de vidas, comandadas por cabeçudos e gigantones insuflados de ar muito poluído.

Riso de palhaço (e a casa a arder)

(no dia em que o farsola virou macho diante do sofrimento do trabalho escravo que vive acima das possibilidades, sublimando a lamúria do miserável que não ganha para as despesas).
Há dias assim. Um homem, no ponto mais alto da cidade, abre a janela e lembra-se do que isto foi e vê o que isto é. E dá-lhe vontade de chorar. E depois, caprichosa Natureza e misterioso Mundo, passa o dia a rir - da  miséria que (não) passa.

John Williams

No dia 8 de Fevereiro de 1932, nasceu, em Long Island, Nova Iorque, o compositor americano John Williams. Considerado por muitos o maior compositor vivo, foi, quando jovem, pianista de jazz em Nova Iorque, mas notabilizou-se depois de se mudar para Los Angeles, onde foi trabalhar para a indústria cinematográfica. Compôs música para mais de 100 filmes, na grande maioria sucessos estrondosos do cinema. Poderíamos começar em Indiana Jones, Guerra das Estrelas, Parque Jurássico ou Super-homem, e iríamos até Nascido a 4 de Julho, Nixon, 7 Anos no Tibete, Amistad ou A Lista de Schindler.
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07 fevereiro 2012

...de brandos costumes

Ainda se lembram da sentida declaração de pobreza do presidente Aníbal? Escrever hoje sobre isso quase se assemelha a fazer arqueologia ou exegese bíblica. Se a “espuma dos dias” de Boris Vian fosse um país, era Portugal, onde a memória não dura um bater de asas e o Q.I. dos naturais fica em suspenso no domingo-de-colocar-a-cruzinha-depois-da-missa. Ainda assim, chegou para meia-dúzia de entendedores, levados pelo impulso vai-não-vai da “tesão do mijo”, se apressar a hipotecar-lhe a carreira política. Assim, sem fazer por menos. Caramba, o homem vai a caminho dos 73 e já leva na testa um post-it amarelo a anunciar o has-been. Daqui para a frente, pouco mais que sofá, fatia de bolo-rei e chinelos ao xadrez em frente à Júlia Pinheiro, como bom e vigilante senador da nação. Como se ser desbocado tivesse implicações no que quer que seja. Só uma brisa que passa, a lusa indignação é coisa de dias e de usar no café para fazer peito aos amigos. Passa com uma boa noite de sono.

Vincent Van Gogh

 
Girassóis

Stuart Burrows

No dia 7 de Fevereiro de 1933, nasceu, no País de Gales, o tenor britânico Stuart Burrows. Considera que o ponto mais alto da sua carreira foi a participação no Festival de Atenas, interpretando o "Oedipus Rex”, de Stravinsky, por designação do próprio compositor. A verdade é que, 29 anos depois da sua estreia na Royal Opera House, em 1967, Burrows tinha-se afirmado como um dos maiores cantores líricos do mundo.
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06 fevereiro 2012

Tarsila do Amaral

O Pescador

Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973)
Uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro.
O seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.

Claudio Arrau

No dia 6 de Fevereiro de 1903, nasceu, em Chillán, no Chile, o pianista Claudio Arrau. Nasceu chileno e viria a naturalizar-se norte-americano, este grande intérprete dos compositores clássicos, dos românticos e dos impressionistas. Filho de um oftalmologista e de uma professora de piano, é conhecido pelas suas interpretações de um vasto repertório, abrangendo compositores desde o barroco até ao séc. XX e é considerado um dos maiores pianistas do século passado. Deu o seu primeiro concerto aos cinco anos e, aos sete, com a ajuda de uma bolsa de estudo dada pelo governo chileno, foi estudar para a Alemanha, no Conservatório Stern, de Berlim.
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05 fevereiro 2012

Ameaçar a Grécia ou reconhecer o fracasso?

A economia europeia e, em particular, a da zona euro, atravessa uma crise sistémica cujo paralelismo nos obriga à evocação de quase um século (a famigerada crise dos anos 30) e, apesar de todas as cimeiras e austeridades extremas, mantém-se sem fim à vista. Relativizar o aumento generalizado do desemprego e ignorar o agravamento das economias nacionais dos países que sempre foram reconhecidos como os que maior fragilidade apresentavam no contexto da evolução política da actual União Europeia é, por isso, insistir em não querer resolver, de facto!, o problema.
(. . .)
afinal, a questão que se coloca é a de saber se esta espécie de "manta de retalhos" criada para ocultar a verdadeira dimensão do imenso buraco da crise é ou não reflexo de uma gravissima regressão política ou, apenas!, o testemunho da vitória do movimento de capitais contra o bem-comum!

Seurat

Tarde de Domingo em La Grande Jatte

Georges-Pierre Seurat (Paris, 2 de dezembro de 1859 - Paris, 29 de março de 1891).
Fundador do neoimpressionismo francês e pioneiro do movimento pontilhista, também chamado divisionismo.

Falar

Às vezes é preciso falar, falar para não deixar entrar o silêncio. Falar calmamente, deixando o ar seguir o seu destino, vagarosamente, como neve que cai ao sabor do frio. Nada é mais relevante que a palavra gritada à revelia do momento, num contra movimento, onde o tempo actua como onda perdida e multiplicada pelo mar. Falo enquanto escrevo, enquanto durmo, enquanto penso, falo só ou acompanhado, falo aos céus e ás formigas, falo porque enquanto falo, vivo, para o silêncio não encher o vazio, por isso, faço-me assim de espaço, cheio de palavras, como nuvem, cheia de chuva.

A intolerância de ponto

Há uma perversidade sádica na arrogância do Primeiro Ministro quando afirma que "ninguém perceberia" se o Governo desse tolerância de ponto no Carnaval. O que ninguém percebe, é como é que ele não percebe, a enormidade e inutilidade desta decisão. Ao contrário do que diz, não é o facto de o Governo estar a cortar quatro feriados nacionais, que torna coerente esta medida. Em política, dois e dois não são quatro. A festa carnavalesca é uma festividade ancestral de grande simbolismo ligada ao calendário pascal, conhecida também como terça-feira gorda, pelo que a decisão é recebida como mais uma punição injusta dirigida aos "madraços que trabalham pouco" e que, na cabeça dos iluminados que nos vão reduzir a cinzas, têm de trabalhar mais.

Jacques Ibert

No dia 5 de Fevereiro de 1962, faleceu, em Paris, o compositor francês Jacques Ibert. Tinha nascido, na mesma cidade, a 15 de Agosto de 1890. Começou a estudar música aos 4 anos, primeiro violino e, depois, piano. Foi na capital francesa que fez os seus estudos no Conservatório, de 1910 a 1914. Logo a seguir à 1ª grande guerra, em 1919, foi distinguido com o 1º Grande Prémio de Roma, pela sua obra “Le Poète et la Fée”. Este prémio permitiu-lhe continuar os estudos em Roma.
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04 fevereiro 2012

Vasco Graça Moura e o NAO

Não aprecio o personagem, confesso, mas isso não me impede de dizer que assino por baixo da sua atitude de repudiar o Novo Acordo Ortográfico no CCB. Falar, como eu aqui estou a fazer, é fácil; concretizar, desafiar e resistir no terreno são outros quinhentos. Não reconheço legitimidade a este NAO imposto por decreto. Considero-o um golpe de estado linguístico e um atentado à cultura portuguesa, recheado com um rebaixamento luso a interesses que desconsidero e que por isso rejeito. Se isso for motivo para mostrar a porta da rua a VGM, pois seja. Marcou um ponto importante na reconquista do que é nosso e nos querem tirar. A desobediência civil não é sinónimo de acto terrorista. Lutar contra uma lei absurda é um dever cívico. Neste caso, VGM talks the talk and walks the walk. E vocês? Resistem à ignomínia? Ou submetem-se ao ridículo?

Padre pedófilo é castigado "com uma vida de oração"

Mas ter "uma vida de oração" não é já a vida dele"? Ou não devia ser? Mas teve tempo para abusar duns jovens o que está provado. Devia pura e simplesmente ser excomungado e afastado da Igreja.
"Harris foi pároco da Igreja de St. Charles Borromeo, no Harlem, e um dos organizadores da grande missa que o papa Bento 16 celebrou em 2008 nos Estados Unidos, no estádio dos Yankees. Na época, já havia rumores sobre a pedofilia de padre.
A igreja só afastou Harris de sua paróquia quando a investigação da Promotoria e o depoimento de vítimas começaram a vazar na imprensa. Alguns relatos davam conta de que ele, entre outras coisas, gostava de acariciar meninos na faixa de 10 anos que estudavam na Faculdade Cathedral, em Manhattan, da Igreja.

Paga o que deves ou...

Mais um malandro a soldo do Sócrates...
O antropólogo norte-americano David Graeber, professor da Universidade de Londres, em entrevista à EXAME reproduzida no site do Expresso:
"A divida e o incumprimento "é algo normal do capitalismo" "Secretamente todos os economistas o reconhecem. A ideologia de que a dívida é um pecado e de que ninguém pode ser libertado desse vexame e dessa culpa nada tem a ver com economia. É um discurso moral, que tem sido difundido como um meio de controlo social há milénios"
Não é que seja grande, a novidade, mas vinda de um académico do mundo anglo saxónico, na fase actual é quase assombroso...

O desperdício - só 57% dos blocos operatórios são utilizados

Como há muito aqui digo, a prioridade das prioridades é racionalizar o que temos, optimizar. Vejam este caso do Serviço Nacional de Saúde . Só 57% dos blocos operatórios é que estão ocupados com cirurgias. No entanto há listas de espera de doentes para operar que vão a seis meses, a um ano! Se há 43% de tempo de bloco operatório potencialmente utilizável porque não se organizam os serviços para que se possam operar, com as estruturas já existentes, quase o dobro dos doentes agora operados?
Falta de pessoal? Não se viu isso antes de serem construídos? E, se há falta de pessoal, não é possível pagar horas extras ? Ou criar um banco de horas?

Rubens

 
Retrato de Susanne Fourment
Peter Paul Rubens (Siegen, 28 de Junho de 1577 — Antuérpia, 30 de Maio de 1640)
Apontado como o maior expoente do Barroco Setentrional, uma extensão da arte barroca da Itália do século XVII que influenciou, com modificações, muito da arte da Europa católica (e não deixou de influenciar países protestantes, tais como a Inglaterra e os Países Baixos) até mesmo no século XVIII.

Custe o que custar

Custe o que custar, nem que o povo passe fome
Custe o que custar, nem que o povo morra à fome
Custe o que custar, nem que os velhos estiquem de frio
Custe o que custar, os trapos que esperem sentados
Custe o que custar, que tudo tem um fim
Custe o que custar, os remédios são mezinhas do demo
Custe o que custar, que setenta anos são exagero
Custe o que custar, que a velhice é conceito estatístico
Custe o que custar, que a caducidade das gentes é coisa da essência
Custe o que custar, que há vida para além da morte
Custe o que custar, nem que se incentive a mortandade
Custe o que custar, … e mesmo a infantil
Custe o que custar, que já se subsidiaram coisas piores
Custe o que custar, Deus inventou a doença
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Erich Leinsdorf

No dia 4 de Fevereiro de 1912 nasceu em Viena o maestro austro-americano Erich Leinsdorf. Aos 5 anos já estudava música no Mozarteum de Salsburgo e, mais tarde, na Universidade de Viena e na Academia de Música de Viena. Dirigiu, em concertos e gravações, as principais orquestras da Europa e dos Estados Unidos e, entre 1934 e 1937 trabalhou como assistente de Bruno Walter e Arturo Toscanini, no Festival de Salsburgo. A partir de 1938, foi maestro no Metropolitan Opera de Nova Iorque, sendo particularmente notável nas suas interpretações de Wagner.
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03 fevereiro 2012

Vermeer


Rapariga com Brinco de Pérola

Precisa dos 30 segundos? Ingénuo ou lerdo!

Felix Mendelssohn

No dia 3 de Fevereiro de 1809 nasceu, em Hamburgo, o compositor alemão Felix Mendelssohn Bartholdy. Foi uma das figuras mais importantes do início do período romântico e um homem com dotes excepcionais: um bom pintor e escritor, um soberbo pianista e organista, um bom violinista e maestro e, principalmente, um grande compositor. Começou a estudar piano com a mãe e, mais tarde, com Ludwig Berger, altura em que se revelou um compositor bastante precoce. Em 1816, o pai viajou para Paris, levando Felix consigo. Na capital francesa recebeu aulas de piano.
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02 fevereiro 2012

Os paralogismos de Francis Fukuyama: entrevista em DER SPIEGEL

“Se as pessoas que precisam trabalhar juntas em uma empresa confiam umas nas outras porque estão agindo segundo um conjunto comum de normas éticas, o custo de se fazer negócios diminui.”
Francis Fukuyama* - economista político nipo-estadunidense
A entrevista (em inglês) abaixo referida em DER SPIEGEL com Francis Fukuya que visa nada menos que a salvação do mundo, motivou-me a comentar as afirmações centrais desse conhecido economista político nipo-estadunidense.
1º Paralogismo: após a queda da União Soviética, Fukuyama festejou no seu célebre ensaio "O fim da história” o capitalismo democrático como vencedor e ponto final de toda a evolução social. Errou, pois o desfecho foi bem diferente.

Ponham-se a andar

Depois de vários membros do actual governo, incluindo o primeiro-ministro, terem incitado os jovens e os portugueses mais qualificados a emigrar como solução para as dificuldades que o país atravessa, coube agora a vez ao ministro da Defesa dirigir idêntico convite aos militares:  "Se não sentem vocação, estão no sítio errado. Se não sentem, antes de protestar precisam de mudar de carreira.
Os apelos deste tipo vindos da parte destes governantes são já de tal forma constantes que não me parece abusivo concluir que a política deste Governo se pode resumir a  "empobrecer" o país, como programa e a apontar a porta da saída a quem não concordar com um tal programa. Reivindicar e protestar é que de forma nenhuma, dizem estes democratas de opereta.
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Henri Rousseau

 
Henri-Julien-Félix Rousseau nasceu em 21 de Maio de 1844 em Laval (Mayenne), terceiro filho do latoeiro Julien Rousseau e de sua mulher Eléonore. A partir de 1849 frequentou a escola primária e o liceu em Laval. [VER ARTIGO COMPLETO]

Tulio Serafin

No dia 2 de Fevereiro de 1968 morreu, em Roma, o maestro italiano Tullio Serafin. Tinha nascido em Rottanova, perto de Veneza, no dia 1 de Setembro de 1878. Formou-se em Milão e tocou viola na Orquestra do Teatro La Scala, sob a direcção de Arturo Toscanini, sendo, mais tarde, nomeado maestro adjunto. Tomou posse como director musical daquele teatro, quando Toscanini foi para Nova Iorque, entre 1909 e 1914 e entre 1917 e 1918.
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01 fevereiro 2012

Outras pegadas (V)


Alvéola-cinzenta *(Motacilla cinerea Tunstall) 
Ave residente e nidificante em Portugal, rara a sul do Tejo e não muito comum a norte do mesmo rio.
* Outras designações vulgares: Lavandisca-do-rio; Chirina-do-rio;
Estatuto de conservação da espécie: "pouco preocupante";

Renoir

Renoir nasceu em Limonges, no dia 25 de fevereiro de 1841. O pai era um alfaiate que se mudou para Paris onde o jovem artista, aos quatorze anos, entrou como aprendiz numa firma de pintores de porcelana.
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Victor Herbert

No dia 1 de Fevereiro de 1859 nasceu, em Dublin, o compositor irlandês Victor Herbert. Embora tenha tido uma carreira importante como violoncelista e maestro, é mais conhecido por ter composto muitas operetas de sucesso que estrearam na Broadway, a partir de 1890 e até à 2ª guerra mundial. Fez a sua formação musical no Conservatório de Estugarda, onde aprendeu violoncelo. Tocando esse instrumento integrou a Orquestra de Johann Strauss em Viena, antes de se mudar para os Estados Unidos, juntamente com a mulher, a soprano Therese Förster, que, em 1886, foi contratada pelo Metropolitan Opera de Nova Iorque. Enquanto a mulher fazia a sua estreia na companhia, interpretando a Aida, Herbert integrava a orquestra do Met, tocando violoncelo.
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